quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Adalberto Tafuri - Gente Humilde (1977)



"Foi numa fazenda, em Novo Horizonte, sua terra natal, bem às margens do lendário Rio Tietê que conheci Adalberto Tafuri.

Era menino ainda, mas já manifestava a sublime vocação que o impelia para a senda divina da música, através do seu impecável violão.

Cercado pelo sagrado silêncio das grandes solidões da fazenda imensa, ouvindo o canto dos pássaros e a misteriosa mensagem do vento que, em lufadas intermitentes, entoava nas ramagens das árvores próximas a melancólica canção da tristeza e da saudade, dedicava-se a compor e a interpretar as ternas melodias que bem evidenciavam a extrema sensibilidade de sua alma de artista.

Formou sua alma na música e passou-a toda para seu violão. Do violão modesto que aprendia, ao Tarrega, violão concerto que recebeu, como presente do ilustre prefeito de Santa Isabel, Waldemar de Brito Simão, chegou ao seu primeiro disco.

Qual criança que nasce, ele busca seu afeto e lhe dará em recompensa o conforto do belo, do suave, da arte. "Ternura", de lindos acordes, caminhos de criança, "Caixinha de Música" que não se sabe se feita para passado, para presente ou se é mensagem de amor para o futuro.

"Chora por mim violão", como a pedir reforço para as cordas da alma, para chorar o choro dos jovens que pensam ter perdido as belezas da infância e que por antecipação choram o amor perdido que temem não encontrar.

E nesse conjunto de emoções aparentemente contraditórias identificamos a figura jovem do Adalberto Tafuri, como uma força evocativa que faz com que refluam as imagens perdidas de um passado feliz que retorna, que se faz presente e que nos proporciona a deliciosa mentira de novas esperanças..."

(texto da contracapa, por Roberto Della Togna)

Disco e capa em ótimo estado.
Edição Original 1977.
Saindo por R$ 20


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