quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Bob Dylan - John Wesley Harding (67)



"Eis o primeiro renascimento de Bob Dylan. Nas palavras de Clinton Heylin: “a primeira manhã depois da noite escura da alma”. Após o acidente de moto que quase o matou em 1966, Dylan passou um tempo tocando com The Band num porão em Woodstook. “The Basement Tapes”, contudo, só viria a público na década seguinte.

Enquanto os Beatles exploravam todas as possibilidades de tocar em estúdio, o Velvet Underground adicionava ruído e degradação urbana ao rock e o Pink Floyd começava a sua viagem musical entorpecido de ácido, Bob Dylan lia a Bíblia na sua mansão. “Eu não sabia como gravar do jeito que os outros estavam gravando e nem queria fazer isso”. Impactado pela morte de seu ídolo Woody Guthrie (em outubro de 1967), ele escreve três baladas. “I Dreamed I Saw St. Augustine” é uma comovente canção sobre o santo que se arrependeu de seus pecados. “Drifter’s Escape” pode ser também uma homenagem a Hank Williams. “The Ballad of Frankie Lee and Judas Priest” faz lembrar as composições do início da carreira: doze estrofes para contar uma história cuja moral é não se meter onde não deve. Elas foram gravadas em apenas três horas, numa única sessão com Kenny Buttrey na bateria e Charlie McCoy no baixo.

O surrealismo de “Blonde On Blonde” cede lugar para a influência bíblica: estudiosos contaram 61 referências ao Antigo e ao Novo Testamento no álbum. Não há desperdício de palavras nem de fôlego: “cada linha deve significar algo”. Pela primeira vez, Dylan escreveu primeiro as letras e depois as musicou. O resultado é um disco econômico, tanto nas letras, agora mais simples, quanto no som, com presença marcante da gaita. Segundo Bob, “John Wesley Harding lida com o demônio do ponto de vista do temor”. “The Wicked Messenger” traz o aviso: “If ye cannot bring good news, then don’t bring any”.

Todo o peso e agitação do período 65-66 estão ausentes aqui, por isso o choque de ouvir “All Along The Watchtower” no original: acústica e nua, nem lembra a tempestade elétrica de Jimmy Hendrix (o melhor cover já feito de uma canção sua, segundo o próprio Dylan). “I’ll Be Your Baby Tonight” já aponta para o próximo disco: uma canção doce sobre ficar em casa com o seu amor. “Poderia ter sido escrita sob o ponto de vista de uma mulher”, defendeu Bob, o que significa que Cat Power está marcando bobeira. Grava logo, Chan Marshall!"

(http://screamyell.com.br/site/2010/11/09/discografia-comentada-bob-dylan-parte-1/)


Disco em ótimo estado.
Capa em bom estado (com mancha na parte inferior e assinatura).
Importado USA.
Edição de 1968.
Saindo por R$ 60,00

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