"O casal Elis Regina e César Camargo Mariano desfrutaram do sucesso de Falso Brilhante, mas não baixaram a guarda. Enquanto excursionavam com o espetáculo, aclamado em todo o Brasil, preparam material para um novo álbum, e também um novo espetáculo, gerando mais dois álbuns essenciais. Após o lançamento de ambos, uma polêmica envolvendo o casal e a Philips colocou a imagem principalmente de Elis no ventilador, porém, uma série de três lançamentos soberanos colocaram novamente a gaúcha no topo das estrelas.
A clássica "Romaria" está registrada no álbum homônimo de 1977
O primeiro álbum pós-Falso Brilhante retomou os títulos homônimos. Lançado em 1977, "Elis" foi desenvolvido durante o espetáculo Falso Brilhante, e mantém o mesmo nível rocker de seu antecessor. Acompanhada por César (piano, grande piano, Hammond, orquestrações e arranjos), Nathan Marques (guitarras, violão, viola, voz), Crispin Dell Cistia (guitarra, violão, viola, teclados), Wilson Gomes (baixo) e Dudu Portes (bateria, percussã0), Elis brinca com vários estilos, e deixa registrado nos anais da Música Popular Brasileira a clássica e definitiva versão de "Romaria", uma de suas interpretações mais célebres, ao lado de "Arrastão", "Como Nossos Pais", "Águas de Março", "Fascinação" e "O Bêbado E A Equilibrista", tendo o acompanhamento do Grupo Água, formado por Renato Teixeira (autor da canção) no violão e voz, Carlão na viola e voz, Sérgio Mineiro na flauta e voz e Márcio Werneck na flauta.
O instrumental do LP passeia por inspirações progressivas, como a visível influência de Genesis em "A Dama do Apocalipse", na qual o moog e a utilização do mesmo timbre da guitarra de Steve Hackett por parte de Nathan fazem o ouvido fácil fácil achar que estamos ouvindo algo de Wind and Wuthering ou A Trick of the Tail, e a cantora lembra Secos & Molhados na primeira parte de "Colagem", que possui para mim o grande momento do LP, com as viagens progressivas tipicamente Yes onde Nathan abusa do pedal de volume na melhor linha Steve Howe no trecho "Soon" de "The Gates of Dellirium", entre longas camadas de teclados que sufocam a angustiante voz de Elis.
Ouvir Elis na verdade causa uma sensação de delírio e confusão pelas primeiras vezes, por que em nada temos de parecido em álbuns consagrados, já que o LP vive de momentos intensos como outros muito amenos, apresentados na balada "Sentimental Eu Fico", com uma ótima participação de César ao piano, na flamenca "Vecchio Novo", destacando o baixo de Wilson, e a forte faixa-título, pequena amostra do que apenas duas pessoas são capazes de fazer com seu cérebro, quando acompanhados por um time de excelência. O que Elis canta nessa faixa já vale o álbum, e as intervenções do moog e piano de César são uma lisergia à parte.
O LP também contém várias participações especiais, que vão de Ivan Lins no piano e vozes da dolorida "Qualquer Dia", e na alegre "Cartomante", essa com Thomas Roth, Lucinha Lins e Zé Luiz fazendo vocalizações, e Nathan novamente delirando com o pedal de volume, e Milton Nascimento fazendo vocalizações e tocando violão na bela versão de "Caxangá", bem como também ao violão na emocionante revisão para "Morro Velho", essa com a majestosa contribuição de Antonio Carlos Dell Claro no violoncelo. Um destaque interessante nesse LP vai para a citação às marcas dos instrumentos usados pelos músicos, com o uso das guitarras Les Paul e Fender, bem como o exclusivo uso do baixo Rickenbacker, o que só enaltece ainda mais a forte ligação do casal Elis e César com o rock setentista."
(http://baudomairon.blogspot.com.br/2015/04/elis-regina-parte-v.html)
César Mariano — piano, piano Fender, órgão Hammond, RMI, syntorchestra
Natan Marques — guitarra Gibson Lês Paul, violão, viola-12, violão-aço, voz
Crispim dei Cistia — guitarra Fender, violão, viola-12, violão-aço, teclados
Wilson Gomes — baixo Rickenbacker
Dudu Portes — bateria e percussão
Grupo Água:
Renato Teixeira — violão e voz
Carlão — viola e voz
Sérgio Mineiro — flauta e voz
Márcio Werneck — flauta
Participações especiais:
Antônio Carlos del Claro — cello em "Morro Velho"
Milton Nascimento — violão Ovation em "Morro Velho" e violão Ovation, viola-12 e voz em "Caxangá"
Ivan Lins — piano acústico e voz em "Qualquer dia" e "Cartomante"
Sirlan Antônio de Jesus — voz em "Caxangá"
Thomas Roth — voz em "Cartomante"
Lucinha Lins — voz em "Cartomante"
Zé Luiz — voz em "Cartomante".
01 - Caxangá [Milton Nascimento - Fernando Brant]
02 - Colagem [Claudio Lucci]
03 - Vecchio Novo [Claudio Lucci]
04 - Morro Velho [Milton Nascimento]
05 - Qualquer Dia [Ivan Lins - Vitor Martins]
06 - Romaria [Renato Teixeira]
07 - A Dama Do Apocalipse [Nathan Marques - Crispin]
08 - Cartomante [Ivan Lins - Vitor Martins]
09 - Sentimental Eu Fico [Renato Teixeira]
10 - Transversal Do Tempo [João Bosco - Aldir Blanc]
Disco e capa em ótimo estado.
Edição Original 1977.
Saindo por R$ 20
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