O Tráfego Vinílico traz somente discos de vinil, sem qualquer restrição quanto ao estilo musical. São discos revisados, higienizados, sem riscos e devidamente qualificados quanto ao estado do disco e da capa... também compro, troco e aceito encomendas... para reservar, basta comentar na postagem do disco, que iniciamos a negociação (preferindo negociar por e-mail: marcosfilho78@hotmail.com)... para + de 1 disco tem desconto... frete único promocional de R$ 15 (p/ qualquer local do Brasil)...
terça-feira, 29 de julho de 2014
Música Popular do Nordeste (1973)
Série de 16 álbuns editados entre 1972 e 1976 pela Discos Marcus Pereira (4 para cada região)
"Discos Marcus Pereira, uma gravadora que foi uma alegoria do Brasil:
A gravadora Discos Marcus Pereira foi o mais importante projeto fonográfico nacional. Hoje seus discos estão praticamente todos fora de catálogo, com as originais apodrecendo nos porões da gravadora EMI. Este texto conta sua história, que de tão brasileira, parece uma alegoria de nosso país.
Datas redondas são sempre um bom pretexto para relembrar, ainda mais em nosso país que sofre de um sistemático esquecimento de sua cultura. Neste ano de 2002, comemora-se 35 anos do início e 20 anos do fim do mais importante projeto fonográfico nacional, a Discos Marcus Pereira.
A gravadora foi a primeira no país a adotar uma política de produção alternativa, fora da indústria cultural, de grandes grupos fonográficos e do mecenato estatal. É a inspiradora da saudável proliferação de pequenas gravadoras voltadas para a qualidade e diversidade da música brasileira. Se hoje tempos Kuarup, Rob Digital, Núcleo Contemporâneo, Acari, Biscoito Fino e CPC-Umes, a ela devemos.
Quando a gravadora acabou, seu precioso acervo foi parar com a gravadora Copacabana, que também encerrou suas atividades, terminando tudo em posse da pequena distribuidora ABW, que chegou a lançar muita coisa da Marcus Pereira em CD. Há alguns anos a EMI comprou todo o acervo nas mãos da ABW. Eles estavam interessados no vasto catálogo de jovem guarda da Copacabana, pois boa parte dos dirigentes das grandes gravadoras são oriundos deste pobre movimento musical. Enquanto os fonogramas de iê-iê-iê começaram a ser relançados pela multinacional, o acervo da Marcus Pereira foi imediatamente esquecido. Se quando estava nas mãos da ABW era possível encontrar em CD dezenas de seus discos, hoje os discos em catálogo não completam os dedos de uma mão e os demais apodrecem nos porões da EMI. Um verdadeiro atentado à memória nacional.
A história da Discos Marcus Pereira mistura variadas doses de paixão, dificuldades financeiras e políticas, amizade, descaso e muito idealismo, tudo ao som da melhor trilha sonora que este país já produziu. Sua história é tão brasileira, mas tão brasileira, que mais parece uma alegoria sobre nosso país. A começar pelo lugar onde surgiu.
Bares e botequins são templos de cultura nacional. Um grupo de amigos e amantes de música brasileira frequentava o bar Jogral na cidade de São Paulo. Entre eles estavam o publicitário Marcus Pereira e o dono do bar Luis Carlos Paraná. O Jogral era o grande ponto de encontro da boa música brasileira na cidade. Em 1967, reunindo amizades e afetos para homenagear o compositor Paulo Vanzolini, lançavam o disco "Onze Sambas e uma Capoeira". O LP, que também marcava a estréia artística de Cristina Buarque, trazia a marca "Jogral". No ano seguinte gravavam com gente da casa algo que há muito não acontecia: um disco de choro. Era o "Flauta, Cavaquinho e Violão". O pretexto era dar os discos como brinde de fim de ano da empresa de Marcus. Outros discos foram saindo, um melhor do que o outro. Em 1973, a coleção de 4 discos "Música Popular do Nordeste" valeu a Marcus o prêmio Estácio de Sá do MIS do Rio. Era o pretexto que faltava para abandonar sua rentável agência de publicidade e cuidar de uma nova empresa, a Discos Marcus Pereira.
Se você for fazer uma listagem sobre os melhores discos brasileiros de todos os tempos, a Marcus Pereira marcará presença com um número impressionante para uma pequena gravadora. Não faltarão na lista os dois primeiros do Cartola, o "Na Quadrada das Águas Perdidas" de Elomar, a Orquestra Armorial dirigida pelo Maestro Guerra Peixe, o "Violão Brasileiro Tocado pelo Avesso" de Canhoto da Paraíba e muitos outros. Se hoje aparecem projetos que visam mapear a música feita no Brasil, ele copiam a sua série de 16 LPs com músicas de cada região brasileira. Eles abriram espaço para a música de estilos tão diversos quanto a Banda de Pífanos de Caruaru ao experimentador Walter Smetak.
A década de 70 viu um ressurgimento do choro e a gravadora foi o principal suporte fonográfico do movimento, gravando discos sensacionais de Abel Ferreira, Raul de Barros, Canhoto da Paraíba, Carlos Poyares, Altamiro Carrilho e tantos outros. Gravou uma série de discos de samba, onde cada um era dedicado a uma das mais tradicionais escolas, Salgueiro, Portela, Mangueira e Império Serrano. Neles era contada sua história artística através dos grandes nomes de cada uma. Só o disco da Portela pode ser considerado o quinto disco da sua Velha Guarda, com participações de Monarco, Alcides Malandro Histórico e Alvaiade. Os demais reuniam gravações de baluartes de cada agremiação, como Tio Hélio, Mano Décio da Viola e Padeirinho.
A mais alta estirpe da música brasileira gravou ou participou de seus discos. Muitos entraram em estúdio pela primeira vez. Foram 144 discos em menos de 10 de anos de existência. Passaram por lá Abel Ferreira, Altamiro Carrilho, Arthur Moreira Lima, Banda de Pífanos de Caruaru, Canhoto da Paraíba, Carlos Poyares, Carmem Costa, Cartola, Celso Machado, Chico Buarque, Chico Maranhão, Clementina de Jesus, Dercio Marques, Dona Ivone Lara, Donga, Elba Ramalho, Elomar, Evandro do Bandolim, Jane Duboc Luperce Miranda, Nara Leão, Orquestra Armorial, Papete, Paulo Marquez, Paulo Vanzolini, Quinteto Armorial, Quinteto Villa-Lobos, Raul de Barros, Renato Teixeira, Roberto Silva, Tia Amélia e muitos outros.
Só que os negócios eram dureza. Alegando que seu trabalho estava voltado para a pesquisa, Marcus conseguiu um financiamento da FINEP que bancou boa parte de seus discos, como o resto da coleção que mapeou a música do Brasil e os de Cartola e Donga. Chegou a hora de pagar os juros. A dificuldade de distribuição (sempre ela!) o sujeitou a um contrato leonino com a gravadora Copacabana. Marcus conseguia tirar leite de pedra para manter seu sonho. Em fevereiro de 1982, após a grave recessão de 79, a gravadora enfrentava sérias dificuldades financeiras. Suas dívidas acumulavam. A gravadora que levava seu nome estava indo à falência. Neste momento difícil que passava o trabalho e sonho de uma vida, problemas pessoais agravara a situação. Marcus Pereira então se suicidou. Você conseguiria imaginar uma história mais brasileira do que esta?"
(http://www.samba-choro.com.br/debates/1034059887)
(1) – Vários Artistas / Música Popular do Nordeste 1 (1973)
Discos Marcus Pereira – FREVO
1 Recife – Quinteto Violado & Zélia Barbosa – (Antônio Maria) (2:05)
2 De Chapéu De Sol Aberto – Quinteto Violado & Zélia Barbosa – (Capiba) (2:15)
3 Um Sonho Que Durou Três Dias – Quinteto Violado & Zélia Barbosa – (Irmãos Valença) (2:14)
4 Saudade – Quinteto Violado & Zélia Barbosa – (Luís Bandeira) (3:02)
5 Trio Elétrico – Trio Tapajós – (Trio Elétrico Tapajós) (6:06)
6 Tubarão Na Onda – Banda Municipal Do Recife – (Luiz Gonzaga De Figueiredo) (1:57)
7 Aí Vem Os Palhaços – Banda Municipal Do Recife – (Ademir Araújo) (2:40)
8 Batendo Biela – Banda Municipal Do Recife – (Geraldo Santos) (2:28)
9 Evocação No 1 – Quinteto Violado & Zélia Barbosa – (Nelson Ferreira) (2:20)
10 Hino De Batutas De São José – Quinteto Violado & Zélia Barbosa – (João Santiago) (2:31)
11 Valores Do Passado – Quinteto Violado & Zélia Barbosa – (Edgar Morais) (2:27)
.
.
(2) – Vários Artistas / Música Popular do Nordeste 2 (1973)
Discos Marcus Pereira – VIOLEIROS E CIRANDAS
1 Meia Quadra – Severino Pinto & Lourival Batista – (Folclore) (4:31)
2 Martelo Agalopado / Galope À Beira Mar / Oito A Quadrão – Otacílio Batista & Diniz Vitorino – (Folclore) (11:49)
3 Ciranda Da Zona Da Mata – Quinteto Violado – (Folclore) (2:44)
4 Ciranda – Baracho E Coro – (Folclore) (9:56)
5 Ciranda Praieira – Quinteto Violado – (Folclore) (2:25)
.
.(3) – Quinteto Violado / Música Popular do Nordeste 3 (1973)
Discos Marcus Pereira – BUMBA MEU BOI, SAMBA DE RODA E COCO
1 Entrada Do Boi – Quinteto Violado – (Folclore) (3:28)
2 Cavalo Marinho – Quinteto Violado – (Folclore) (2:14)
3 Entrada Do Boi De Reis – Quinteto Violado – (Folclore) (4:51)
4 A Burrinha – Quinteto Violado – (Folclore) (2:15)
5 Samba De Roda – Quinteto Violado – (Folclore) (5:59)
6 Coco – Quinteto Violado – (Folclore) (6:14)
.
(4) – Vários Artistas / Música Popular do Nordeste 4 (1973)
Discos Marcus Pereira – BAMBELÔ, EMBOLADAS, BANDA DE PÍFANOS
1 Bambelô – Beija-Flor & Treme-Terra – (Folclore) (6:45)
2 Embolada Das Meninas – Beija-Flor & Treme-Terra – (Beija-Flor & Treme-Terra) (3:16)
3 Repente Alagoano – Beija-Flor & Treme-Terra – (Beija-Flor & Treme-Terra) (4:42)
4 Improviso No Pátio Do Mercado – Beija-Flor & Treme-Terra – (Beija-Flor & Treme-Terra) (4:20)
5 Esquenta Mulher – Banda De Pífanos De Caruaru – (Sebastião Biano) (3:25)
6 Marcha De Procissão – Banda De Pífanos De Caruaru – (Benedito Biano) (2:59)
7 A Briga Do Cachorro Com A Onça – Banda De Pífanos De Caruaru – (Sebastião Biano) (5:53)
8 Pipoquinha – Quinteto Violado – (Folclore) (2:31)
9 Cavalinho, Cavalão – Quinteto Violado – (Folclore) (2:37)
Caixa quádrupla (não lançada comercialmente).
Discos e encartes em excelente estado.
Capa externa (box) em muito bom estado (envelhecimento natural).
Edição Original 1973.
Saindo por R$ 80
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário