terça-feira, 20 de outubro de 2015

U2 - Achtung Baby (1991)



"Achtung Baby: a derrubada de The Joshua Tree a machadadas

Em 1987, o sucesso retumbante de The Joshua Tree deu ao U2 aclamação crítica, sucesso comercial e transformou Bono, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr em astros do rock. A imersão na música americana fez a banda alcançar de vez o estrelato. Mas a recepção fria de Rattle and Hum, em 1988, rendeu opiniões ácidas por parte da imprensa especializada, que acusava o U2 de ter ido longe demais. Despreparada para encarar o lado negro do showbiz, a banda entrou em um período de insatisfação artística profunda.

Uma mudança de direção era iminente. Até que em 31 de dezembro de 1989, na turnê promocional de Rattle and Hum (Lovetown Tour), veio o comunicado. Bono dirigiu-se a platéia em Point Depot, na capital irlandesa, e afirmou que aquilo era “o fim de algo para o U2”, onde eles teriam de “sonhar tudo de novo” para seguir em frente.

1990 chegou e trouxe consigo o desejo da novidade. A queda do muro de Berlim e a dissolução do socialismo pareciam fazer da capital alemã o lugar perfeito para novas idéias. Após viverem um tempo na Alemanha recém-unificada, os quatro integrantes voltaram a Dublin em 1991 e, depois de quase 1 ano de gravações e discussões internas sobre qual rumo musical adotar, vinha ao mundo Achtung Baby. Ou, nas palavras de Bono, “o som de quatro homens a derrubar The Joshua Tree a machadada”.

Lançado em novembro de 1991, Achtung Baby (expressão usada pelo engenheiro de som da banda, Joe O’Herlihy – “achtung”, em alemão, significa “atenção”) representou uma revolução artística no U2. A preocupação social e a seriedade do fim dos anos 80 davam lugar à irreverência e ao sarcasmo. Acusada de ter “se vendido” em Rattle and Hum, a banda agora brincava com o aspecto megalomaníaco do rock. Ainda assim, o álbum de 1991 é um dos trabalhos mais pessoais e introspectivos do grupo, senão o maior deles.

As músicas

Tudo começa com a industrial Zoo Station. A guitarra de Edge e a bateria de Larry estão sob vários efeitos, mostrando que a banda está diferente, renovada, como atesta um distorcido Bono no segundo verso da canção: “I’m ready, I’m ready for what’s next”.

Na seqüência, Even Better Than The Real Thing mantém a pegada. Usando um pedal Whammy na intro e munido de um slide no solo, The Edge dita o tom, com Bono cantando sobre a futilidade de se buscar gratificação instantânea.

Eis, então, que One aparece como um convite à reflexão. Na “cozinha”, Adam e Larry são suaves, dando toda a tensão necessária ao desgaste da relação conjugal contada na letra. Há, também, outras interpretações (uma conversa entre um pai e seu filho gay, entre outras).

Na 4ª faixa, Jesus e Judas resolvem ter uma conversinha intermediada por Bono. Em Until The End of The World, Adam nos brinda com uma simples, porém eficiente, linha de baixo. O riff em E, composto por Bono, e o solo de guitarra de Edge também merecem menção honrosa.

Relações amorosas conflituosas são tema recorrente em Achtung Baby. Em Who’s Gonna Ride Your Wild Horses, elas aparecem. Com uma letra interessante, colorida com metáforas sexuais, e uma performance vocal poderosa, Bono é a estrela maior.

Em So Cruel, o fim do primeiro casamento de Edge, que ocorria simultaneamente às gravações, é retratado. O arranjo de cordas produzido por Brian Eno e Edge, aliado ao teclado tocado também pelo guitarrista, são dignos de nota.

“Like a fly on a wall, it’s no secret at all”. Em The Fly, somos apresentados a um dos alter egos desenvolvidos por Bono na turnê de Achtung Baby (ZooTV Tour). Aqui, ele dá voz a um rockstar no auge da forma e da fama, com todos os seus excessos. Mais uma vez, a distorção vocal aparece, bem como a bateria “enlatada” de Larry e a guitarra estridente, mas indispensável, de Edge.

Depois disso, a dançante Mysterious Ways dá o ar de sua graça. O baixo pulsante de Adam aparece sob medida, com The Edge mostrando que sabe usar o wah-wah. E muito bem.

Tryin’ To Throw Your Arms Around The World narra as aventuras de um homem voltando da farra, bêbado. O verso “a woman needs a man like a fish needs a bicycle”, presente na canção, é um famoso bordão cunhado pela escritora australiana Irina Dunn.

Ultraviolet (Light My Way) mostra Bono em seu melhor. Mais uma vez um casal em vias de separação é retratado, com o vocalista mostrando perícia nos registros graves, frases agudas e falsetes. The Edge aparece com riffs daqueles que grudam na cabeça, e Larry se destaca na bateria.

Na reta final, aparece uma das músicas mais subestimadas do U2: Acrobat. Aqui, Bono vai fundo nas contradições humanas, cantando sobre alienação, com Larry firme na batera e The Edge executando um longo solo nas seis cordas.

Eis que surge Love is Blindness para encerrar o álbum. Contundente e instrospectiva, invocando imagens da Berlin recém-unificada, a letra escrita por Bono atinge em cheio um The Edge abalado pelo fim do casamento. A raiva era tanta que, ao gravar o solo, Edge chegou a arrebentar duas cordas de sua guitarra e assustou a equipe de produção, que nunca o havia visto tocar daquela forma. Na humilde opinião deste que vos escreve, os melhores solos já feitos por The Edge se encontram justamente nas versões ao vivo dessa música (vide o show em Adelaide, 93, na reta final da ZooTV).

Recepção

Achtung Baby foi muito bem recebido tanto pela crítica quanto pelos fãs, que viram a mudança de direção com bons olhos. Em uma de suas turnês mais longas e bem-sucedidas, a agora aclamada ZooTV Tour, o U2 provou ser capaz de se reinventar, produzir boa música, lotar estádios mundo agora e usar a tecnologia a seu favor.

Entre as alterações que mais chamaram atenção em Achtung Baby, tem-se The Edge explorando novos sons e efeitos em sua guitarra minimalista, solando cada vez mais, e Larry incorporando elementos eletrônicos na batera.

Mas é Bono quem chama mais atenção. Conhecido pelo alcance vocal amplo, o cantor passou a adotar registros mais graves nas canções, privilegiando falsetes em detrimento de frases mais agudas (fruto do desgaste na Lovetown Tour, onde o vocalista teve sérios problemas com a voz).

Mais adiante, Bono exploraria ainda mais esse novo jeito de interpretação, como ficaria evidente no álbum Zooropa, de 1993."

(http://whiplash.net/materias/cds/150104-u2.html)

Tracklist

1- Zoo Station
2- Even Better Than The Real Thing
3- One
4- Until The End Of The World
5- Who’s Gonna Ride Your Wild Horses
6- So Cruel
7- The Fly
8- Mysterious Ways
9- Tryin’ To Throw Your Arms Around The World
10- Ultraviolet (Light My Way)
11- Acrobat
12- Love is Blindness


Disco e capa em ótimo estado; com encarte.
Edição Brasileira 1991.
Saindo por R$ 50


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Miles Davis - Live Miles: More Music from the Legendary Carnegie Hall Concert (1961)



"This group was composed of Davis, Wynton Kelly, Hank Mobley, Paul Chambers, and Jimmy Cobb. This band was still performing the standard Miles Davis book, but Davis was beginning to push the evolutionary envelope with breakneck tempos and unraveling arrangements. 

In retrospect, it was obvious that Miles was heading in this direction of deconstructionism. It started with his modal experiments and culminated in his electric orgies of the 1970s. 

This band was captured live with the Gil Evans Orchestra at Carnegie Hall in 1961 in the now famous Carnegie Hall concert. This concert was the intersection of Miles? large and small combo visions. For the past several years only half of the concert has been available (More From the Legendary Carnegie Hall Concert). Now, finally, is the complete concert with fully restored performances, a reissue worth celebrating.

Tempi, Tempi, and Faster Tempi. This is not my favorite Miles. He was simultaneously rattling his book to pieces while refining his modal performances. In any case, I cannot deny the historic significance of this rococo period in Davis? long career. The presence of Gil Evans and his orchestra is enough to lend these performances great significance"

(http://www.allaboutjazz.com/miles-davis-at-carnegie-hall-miles-davis-columbia-records-review-by-c-michael-bailey.php)

1 Concierto de Aranjuez, Pt. 1
Joaquín Rodrigo (9:40)
2 Concierto de Aranjuez, Pt. 2
Joaquín Rodrigo (7:07)

3 Teo
Miles Davis (9:14)
4 Walkin'
Richard Carpenter (9:19)
5 I Thought About You
James Van Heusen / Johnny Mercer (4:42)


Disco e capa em excelente estado.
Edição Brasileira 1987.
Saindo por R$ 50

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Jimi Hendrix - Jimi Plays Monterey (Live 1967)



"With the Rainbow Shriek of his flaming Stratocaster at the 1967 Monterey International Pop Festival, Jimi Hendrix dramatically announced the arrival of the new Aquarian age of peace, love and spiritual aspiration. At the same time, he liberated rock & roll guitar once and for all from the choke of Top Forty dictums. The way he tore into "Purple Haze," scratching the song's elephantine funk intro with sawtoothed distortion, and calmly skated up the shimmering, ascending chorus of "The Wind Cries Mary" had no precedent in rock guitar and, even at Monterey, no equal. Pete Townshend's guitar-demolition finale was a calculated reenactment of mod frustration. Hendrix' sacrificial burning of his guitar was a ritual gift to the crowd.

Nineteen years later the raw live sound of Hendrix at Monterey – not to mention his graphic superstud showmanship – beats any concept video or twelve-inch dance remix you can name for sheer aggression and mesmeric sensuality. Issued here for the first time complete and in sequence, the American debut of the Jimi Hendrix Experience at Monterey on June 18th, 1967, is still a revelation, an orgasmic explosion of singing feedback, agitated stretches of jazzy improvisation and recombinant R&B guitar. Sucking the crowd into his hurricane sound, Hendrix dragged Dylan's "Like a Rolling Stone" through Mississippi-blues mud, attacked his own "Can You See Me" with amphetamine impatience and, egged on by Noel Redding and Mitch Mitchell's rhythmic frenzy, drove "Wild Thing" head-on into a wall of white noise.

Hendrix' death in 1970 was an incalculable loss to music. But the wondrous ferocity and impish cosmic humor of his performances live on here. As he said before he doused his guitar with lighter fluid, "There's nothin' I can do more than this." You can still feel the heat."

(From The Archives Issue 471: April 10, 1986, in: http://www.rollingstone.com/music/albumreviews/jimi-plays-monterey-19860410)


Disco e capa em ótimo estado.
Edição Brasileira 1986.
Saindo por R$ 50