quarta-feira, 26 de junho de 2013

Focus - Live At The Rainbow (1973)



"Gravado no Rainbow Theatre, localizado no Finsbury Park em Londres, não por necessidade, mas por uma exigência do mercado fonográfico. Aconselhados pelos executivos da gravadora EMI Bovema Holland, pois estavam surgindo vários álbuns “ao vivo”, principalmente de rock progressivo, o Focus gravou o seu, mas, com personalidade. A seguinte nota foi publicada na época pelo jornal Melody Maker: “Eles nem deviam gravar em estúdio, pois são absolutamente perfeitos num palco”.

O grupo, em 1973, contava com a formação clássica. O fundador e líder, o carismático Thijs Van Leer (órgão, flauta e vocais), formado pelo Liceu Musical de Amsterdam; o virtuoso guitarrista, violonista e tocador de alaúde, Jan Akkerman (ex-Brainbox), também formado pelo Liceu Musical de Amsterdam; o baterista Pierre Van Der Linden (ex-Brainbox e futuro integrante do Trace) e; o baixista Bert Ruiter (também ex-Brainbox).
Esse álbum apresenta músicas dos LPs: Moving Waves (71) e Focus III (72), segundo e terceiro discos da banda, respectivamente.

“Focus III” é a primeira do disco, começando como na versão original, com o ótimo solo crescente do Hammond de Thijs, até a entrada de bons acordes do baixo de Bert Ruiter acompanhado da guitarra de Akkerman. Contando com um coro de Van Leer ao fundo, essa música calma fica empolgante, quando surgem vigorosas batidas de bateria e um excelente solo de guitarra, que faz um bom tema, terminando a faixa.

“Answers? Questions! Questions? Answers!” é iniciada com um solo de baixo junto com Thijs fazendo um timbre grave e outro agudo de sua voz e, batidas fortes de bateria, sempre com o som do órgão como base. Depois recebe o som da guitarra. Alternando momentos agitados, como os bons solos de guitarra e, momentos calmos, como a excelente flauta de Van Leer, que sola por mais de dois minutos até entrar, novamente, Jan Akkerman com solos rápidos e precisos. A música chega ao fim com um som forte de órgão fazendo base para os outros instrumentos.

Thijs inicia “Focus II” com a bela introdução de órgão. Essa ótima música, apresenta variantes, sempre com Akkerman fazendo solos excelentes, alternando agudos e graves de sua Gibson Les Paul. Van Der Linden faz mais um bom trabalho na bateria. A faixa tem o final parecido com o de “Answers? Quetions! Questions? Answers!”.

Após o término de “Focus II”, Thijs Van Leer cumprimenta o público, anunciando o que a banda tocou e, a próxima música, que é... “Eruption”, que apesar de nào conter todas as suas partes, mostra o excepcional dueto (ou seria duelo) de Akkerman e Van Leer. Pierre Van Der Linden está bastante ágil. Bert Ruiter faz mais uma boa linha de baixo. Um dos pontos altos da música é a parte “Tommy”, que tem mais ótimos solos de guitarra.

De repente: “Abra Cadabra”!! Começa “Hocus Pocus” com curtos riffs de guitarra fazendo introdução para as macabras batidas de Van Der Linden. Bert Ruiter detona com bizarros acordes de baixo. Marcada pela cantoria Yodel (canto típico do Tirol, uma província da Áustria, localizado nos alpes) de Thijs, que mostra toda sua potência vocal, inclusive com uma impressionante seção de assobio. Mais extensa que a original, Thijs apresenta a banda fazendo parecer mais uma parte da música, em uma integração perfeita. A bruxaria acaba com um rápido solo de Akkerman, que faz a platéia ir ao delírio!

Com o início diferente e menor que a versão de estúdio, “Sylvia” começa com ótimos riffs de Jan Akkerman, que dá um show numa das mais, senão, a mais bela música do Focus.
Finalizando esse magnífico disco, “Hocus Pocus (Reprise)”, com seu ritmo alucinado, deixa o ouvinte pedindo bis.

É, para mim, um dos melhores álbuns do Focus e, um dos melhores álbuns “ao vivo”. Recomendo para quem não gosta de gravações de shows e, pra quem gosta, pois é um “prato cheio”.
Thijs Van Leer, em entrevista no Brasil em novembro de 2002, disse: “Temos muitos elementos de música clássica. E isto não pode ser progressivo porque é antigo. Antigo como Johann Sebastian Bach, como Johannes Brahms, que estão mortos há muito tempo. Por outro lado, somos progressivos ao misturar diferentes estilos. Como nos chamar? Somente Focus”. Concordo e assino em baixo, pois o som dessa banda é inconfundível.

Curiosidade: Hocus Pocus só fez sucesso nos EUA (o maior mercado musical), figurando no Top 10 da Billboard, com essa versão do “Live At The Rainbow”."

(http://www.soundchaser.com.br/reviews/F/Focus%20%20-%20Live%20At%20The%20Rainbow.htm)


Disco e capa em excelente estado.
Edição Original Brasileira de 1973.
Saindo por R$ 20,00

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