segunda-feira, 28 de abril de 2014

Deep Purple - Perfect Strangers (1984)



"Depois do final da MK IV em 1976, Jon Lord e Ian Paice formaram o Paice, Ashton Lord, e David Coverdale, Glenn Hughes e Tommy Bolin saíram em carreiras solo, todas de breve duração: a de Coverdale interrompida pela formação do Whitesnake (que se tornaria um dos principais nomes do hard rock na década seguinte); a de Hughes devido ao exagerado consumo de drogas por parte do músico (sendo retomada efetivamente apenas nos anos 1990, com relativo sucesso); e a de Bolin pela trágica morte do guitarrista devido a uma overdose de heroína. Ian Gillan estava em prolífica carreira solo, e Ritchie Blackmore seguia firme e forte com o seu Rainbow, onde logo teria a companhia de Roger Glover e seu baixo (ele que havia feito fama como produtor depois de sair do Purple). Lord e Paice ainda reencontrariam Coverdale no Whitesnake dali há pouco, em uma das mais marcantes formações da Cobra Branca.

Diversas coletâneas e alguns álbuns ao vivo foram lançados nesse período, mantendo o nome do Deep Purple vivo. Destes itens, merece destaque a compilação Powerhouse (que contém músicas até então inéditas) Do lado ao vivo, não poderíamos deixar de citar o magistral Live In London (com a MK III) e o sublime In Concert, com gravações da MK II para a BBC feitas em 1970 e 1972.

Por volta de 1982, o retorno da MK II já era dado como certo nos meios musicais, tanto que Gillan havia desfeito sua Ian Gillan Band para se dedicar ao renascido Deep Purple. Porém, as obrigações contratuais de Blackmore e Glover com o Rainbow, e de Lord com o Whitesnake (Paice já estava tocando na banda de Gary Moore nessa época), atrasaram a volta da banda, o que deu tempo para Gillan entrar para o Black Sabbath, gravando o excelente (e ainda hoje subestimado) Born Again e fazendo a turnê de promoção do mesmo.

Em 1984, nada mais impedia o quinteto de se reunir, e a MK II estava de volta para mais uma vez colocar o mundo inteiro a seus pés! Será mesmo?

O álbum de retorno da MK II deixou dois clássicos para a carreira do Purple, a excelente faixa título, com sua letra de certa forma autobiográfica, tratando sobre a volta do grupo (e sou só eu que acho isso ou essa música parece mesmo muito mais uma composição do Rainbow do que do Deep Purple?) e a levemente pop "Knocking At Your Back Door", que conta com uma excelente introdução por parte de Lord, sendo que a acelerada "Under The Gun" é outra que não faz feio no track list, além de mostrar novamente o fascínio de Blackmore pela música clássica em um curto trecho de seu solo. Se "Nobody's Home" mostra um pouco o estilo que o Purple seguiria anos depois, ecos da fase mais comercial do Rainbow (a qual, não por coincidência, tinha Roger Glover no baixo, além do chefão Blackmore) podem ser sentidos em "Mean Streak" (que conta com um belo trabalho de teclados de Lord), na boa "A Gypsy's Kiss", e na balada cheia de sacarose "Wasted Sunsets", possivelmente a pior coisa já feita pelo Purple até então. 

Rompendo a tradição da MK II de fazer discos com sete faixas, a oitava e última música chama-se "Hungry Daze" (uma composição de certo modo diferente na carreira do grupo, com um arranjo que chega a lembrar o Rainbow da fase Dio em certos momentos, reforçado pelo belo trabalho de Ritchie e Lord, configurando-se em um dos destaques do play), sendo que a versão original em CD e cassete possuí ainda uma faixa extra, a mediana "Not Responsible". 

Em 1999, uma versão remasterizada adicionou ao track list a instrumental "Son Of Aleric", uma das melhores composições do Purple nos anos oitenta, e que havia sido lançada como lado B para o single de "Perfect Strangers", além de figurar na coletânea Knocking at Your Back Door: The Best of Deep Purple in the 80's. Um disco nada mais que mediano, mas que marcou o retorno da MK II com muito sucesso comercial, tendo uma turnê pelos EUA com seus ingressos esgotados rapidamente. O grupo aproveitou-se do sucesso e lançou a coletânea Anthology, recomendada mesmo ao mais fervoroso fã da banda, por abranger todas as fases do grupo até então, e conter diversas faixas exclusivas, como "Hallelujah" (o primeiro single gravado com Gillan e Glover na formação), "Love Help Me", "Grabsplatter", "Freedom" e "Coronarias Redig" (atenção: não confunda esta coletânea com outra chamada The Compact Disc Anthology. O álbum a que me refiro tem uma foto de Ritchie na capa durante a explosão final do amplificador no California Jam, enquanto a lançada em CD tem uma foto da MK II ao vivo, além de um track list muito menos interessante). Anos depois, já nos anos 2000, um DVD dessa fase seria lançado, com o nome de Live In Paris 1985."

(http://consultoriadorock.blogspot.com.br/2011/11/discografias-comentadas-deep-purple_20.html)


Disco em excelente estado. Capa em ótimo estado; com encarte.
Edição Brasileira Original 1984.
Saindo por R$ 35,00


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