domingo, 29 de junho de 2014

Rolling Stones - Voodoo Lounge (1994)



"Sem contar mais com o baixista Bill Wyman, que largou a banda oficialmente em 1992, os Stones inauguram essa nova década pedindo auxílio às forças obscuras dos cultos africanos, e o resultado obviamente é magnífico! Pra não banalizar o termo “clássico”, não irei utilizá-lo na definição de Voodoo Lounge, mas a verdade é que esse disco é de fato muito bom, um disco agradabilíssimo de ser ouvido, simplesmente a melhor coisa que os Stones fizeram desde 1973! 

O que me agrada em Voodoo Lounge talvez seja a sonoridade própria do início dos anos 90, pois, apesar de ser um adorador de décadas passadas, aqui eu me sinto em casa. Apesar da tentativa do produtor Don Was de fazer o disco soar como os Stones clássicos, tal sonoridade pode ser notada em faixas com características bem diversas, tais como a luminosidade de “New Faces”, o clima de viagem espacial de “Moon Is Up”, o hard arrastado de “I Go Wild” ou mesmo o balanço suave de “Sweethearts Together”, entre outras. 




Além do título do disco, percebe-se a intervenção do sobrenatural na faixa de abertura “Love Is Strong”, que, tanto em seu arranjo grave como no timbre da voz de Jagger, nos remete claramente a “Dancing with Mr. D”, que abria Goats Head Soup. No entanto, as primeiras faixas do álbum são relativamente fracas, se comparadas com ótimos momentos que surgirão ao longo do disco. O primeiro destaque vai para um verdadeiro clássico chamado “The Worst”, provavelmente a melhor das baladas com Keith nos vocais! A faixa peca por não dar um melhor tratamento às estrofes, tendo ênfase apenas no refrão, mas isso não diminui sua força. Seu principal pecado é na verdade sua duração curtíssima, tornando uma verdadeira obrigação ouvi-la no mínimo duas vezes seguidas! 

Pode-se destacar também: “Suck on the Jugular”, uma das melhores incursões da banda na seara do funk; a balada “Blinded by Rainbows”, cuja melodia, aliada a vocais cristalinos, nos remete – até pelo título – a “She’s a Rainbow”; e a lenta “Thru and Thru”, cantada por Keith, que se assemelha bastante à sonoridade do Pink Floyd a partir do álbum The Wall. Quando esta faixa termina, você pensa que o disco acabou, mas eis que entra “Mean Disposition”, uma música bem rápida, sem a menor cara de encerramento. 

Talvez tenha sido uma tentativa de resgatar algo de Exile on Main St, mas, tal como “Mean Disposition” nem chega aos pés de “Soul Survivor”, o encerramento de Voodoo Lounge termina sendo uma grande falha. O que, no entanto, não consegue retirar o mérito desse ótimo álbum, o último grande disco dos Stones."

(http://consultoriadorock.blogspot.com.br/2011/03/discografias-comentadas-rolling-stones.html)




Discos (duplo) e capa (dupla) em excelente estado - com encartes (fotos e letras).
Edição Brasileira 1994.
Saindo por R$ 90

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