sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

David Bowie - The Man Who Sold the World (70)



"Camaleão é uma descrição que faz obviamente menção a todo aquele que consegue ser uma espécie de transformista, moldando suas características ao ambiente a fim de se camuflar. Na música, isso seria como passar pelo rock agressivo, contornar e "criar" o glam-rock e cair na festa num bom pop, tudo isso sempre pregando qualidade e competência, em outras palavras, esse é o inglês David Bowie, de oito de janeiro de 1947, é músico (retirado dos palcos desde 2004), ator, produtor e arranjador. Tanta atividade assim justifica o fato de passar o tempo e sempre o britânico ter acumulo de funções, realmente utilizando a experiência no seu aprimoramento profissional. Vanguardista como sempre foi e continua sendo, pode-se dizer que Bowie, criativo que é, fez de seu terceiro álbum, ao passo do desencanto dos tempos áureos e engrenando numa fase obscura da música, com extensivo e aberto uso de drogas, um verdadeiro marco do rock em seus subgêneros: O homem que comprou o mundo deu-se ao direito de criar uma inovação artística: o glam-rock !

Segundo álbum com a Mercury, terceiro em sua carreira profissional, Bowie saiu dos cabelos alisados e desgrenhados dos dois primeiros álbuns. Sendo assim, é impossível falar do álbum em si sem citar sua capa, Dave está em sua androgenia, inspirado pelo pintor Dante Rossetti. O vestido que trajava, foi novamente usado no ano seguinte em seu primeiro tour que promovia o álbum pelos Estados Unidos. Nos dois anos seguintes (71/72) o álbum apareceria com três capas diferentes da primeira versão britânica. É importante falar nesse ponto que o álbum primeiro foi lançado nos Estados Unidos com a capa de um fazendeiro andando em frente ao Cane Hill, um reformatório mental. Apenas no ano seguinte que os britânicos lançariam a capa "polêmica". Falando do staff que participou, podemos encontrar o núcleo do grupo que participaria do mais aclamado álbum de David Bowie, a ser lançado no ano seguinte.
               
Passada a capa e impressões diversas, entramos nas engrenagens do trabalho peculiar que efetuou em um mês de gravação no Trident and Advision Studio, em Londres. Á primeira vista, o álbum revela um clima pesado em todo seu enredo, realmente parecendo justificar o ter das letras, que abordam insanidade (All The Madmen) ou mesmo relacionado à violência e beligerância como a faixa "Running Gun Blues". É bom frisar que mesmo tendo no seu alvo esse tipo de linguagem tanto escrita quanto sonora, o álbum difere-se de seus lançamentos contemporâneos, como Black Sabbath, da banda homônima. O álbum parece mais aproximar-se em alguns momentos do folk, mas sempre desaguando em algo como um hard rock, com larga escala de guitarras distorcidas e solos durante as músicas junto às linhas de baixo com pique de rockabilly e baterias pesadas. O sucesso do álbum é a faixa título, regravada e erroneamente atribuída à banda de Seattle Nirvana. A poética das letras, como a faixa referida, é bem peculiar ao estilo do cantor, e é vista na faixa "Five Years" (no segundo disco pós lançamento deste) esse jeito melancólico e pesado de escrita. Enquanto "After All" cadência, colocando algo até de psicodélico nos versos falados, "The Superman" consegue surpreender até o ouvinte mais calejado, sua impressão, pelos coros ascendentes, é que estamos ouvindo uma música circular. Isso basicamente resume o artista, essa multifaces com qualidade.

Conforme muitos críticos colocam, e faço coro, “é nessa obra que o jogo começa", isso quer dizer, o Bowie que veríamos nos anos seguintes teve seu início nesse oportuno trabalho, que produzindo tudo de parecido e diferente das cenas de Birmingham e Canterbury, inovou e apadrinhou gerações, desde The Cure, com seu irreverente líder, até a recente banda Placebo. Começar com esse disco é começar bem na carreira do camaleão, por ser um álbum de difícil audição e com temas bastante subjetivos, e é uma boa verdade, o álbum atingiu, em 1972, a vigésima sexta colocação nos UK Charts e no Bilboard 200, de 1973 (quando o disco ainda era comercializado), fechou na centésima quinta colocação. O que se conclui disso é que o álbum, por ser obscuro até, não instigava ainda a completa atenção do grande público, fazendo dele, em vendagens, apenas mais um bom e diferente álbum."

(http://sayagoealmeida.blogspot.com.br/2011/06/david-bowie-man-who-sold-world-1970.html)

Disco e capa em excelente estado.
Edição Brasileira de 1990 - com 4 faixas bônus (normalmente presentes somente nas reedições em cd)
Saindo por R$ 70,00


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