sábado, 14 de dezembro de 2013

A Cor do Som - Transe Total (80)



"A Cor do Som: uma das melhores bandas instrumentais de todos os tempos...

Há exatos 23 anos, mais precisamente em 1987, encerrava suas atividades um dos mais importantes grupos musicais brasileiros, A Cor do Som, cujo talento instrumental, aliado à competente fusão de estilos, influenciou toda uma geração de músicos dos anos 80 e 90.

Fundado em 1976/77 como produto da reunião de músicos que, originalmente, acompanhavam Moraes Moreira e participaram dos antológicos ‘Novos Baianos’, A Cor do Som tinha, nas guitarras, o fraseado de Armandinho Macedo (do Trio Elétrico Dodô & Osmar); Mu (teclados); Dadi (baixo), Ary Dias (percussão); e Gustavo (bateria). Logo no primeiro disco, homônimo, reeditado pela Warner, A Cor do Som já dizia ao que vinha, apresentando músicas instrumentais que incorporavam a fusão dos fraseados do rock e jazz a matrizes nacionais como o baião e xaxado do nordeste, o chôro e a polca, em composições como ‘Bodoque’, ‘Arpoador’, ‘Sambavishnu’, ‘Na Onda do Rio’ e ‘Espírito Infantil’. De quebra, brindava os ouvintes com duas belíssimas versões: Tigreza (de Caetano Veloso), em que Armandinho mostrava seu total domínio da guitarra elétrica, do Bandolim e da guitarra baiana. E Odeon (de Ernesto Nazareth).

Na época, o Brasil vivia um certo ‘boom’ de música instrumental, herança do trabalho pioneiro realizado no início dos anos 70 por bandas como ‘Terço’, ‘Som Imaginário’, ‘Mutantes’ e 'Tutti-Frutti', entre outras que revolucionaram a forma de tocar e acompanhar grandes astros do rock e da MPB. No mesmo ano de estréia de A Cor do Som (1977), Pepeu Gomes apresentava seu ‘Geração de Som’, disco totalmente instrumental que, com o passar do tempo, tornou-se verdadeiro clássico do gênero, no qual são encontradas fusões estilísticas semelhantes àquelas tentadas pela Cor do Som.

Sucesso chega com ‘Frutificar’ e ‘Transe Total’

Em 1978, a Cor do Som lançaria aquele que até hoje é considerado seu melhor LP instrumental, gravado ao vivo no Festival de Montreux, Suíça. As apresentações tiveram o reforço de Aroldo Macedo (irmão de Armandinho), com o qual formou bela dupla de guitarras baianas. Um dos pontos altos foi a longa duração de ‘Arpoador’ e uma impagável versão para Brejeiro, de Ernesto Nazareth, apimentando as já tradicionais aparições de bandas e artistas brasileiros naquele festival.

O sucesso de público, no entanto, viria mesmo com o LP ‘Frutificar’, de 1979, puxado pela música anônima (instrumental), aberta por bela introdução ao piano executada por Mu. Frutificar foi o primeiro LP de A Cor do Som que, em seu repertório, trouxe músicas cantadas que se tornaram hits de sucesso, como Abri a Porta (Gilberto Gil-Dominguinhos), Swingue Menina (Mu-Moraes Moreira) e Beleza Pura (Caetano Veloso). 

No ano seguinte (1980), novo sucesso com o disco Transe Total, puxada por Palco (Gilberto Gil) e Zanzibar (Armandinho-Fausto Nilo), com letra que literalmente ‘pegou’ naquele inesquecível verão, quando os rapazes da Cor do Som cantavam em suas lotadíssimas apresentações Brasil afora:

‘no azul de gezebel, no céu de Calcutá, feliz constelação, reluz no corpo dela, ai tricolor colar. Às de maracatu, no azul de Zanzibar, feliz constelação, reluz no gozo dela, ai mina aperta a minha mão, alá meu only you, no azul da estrela. Aliás, bazar da coisa azul, meu only you, é muito mais que o azul de Zanzibar, paracurú, o azul da estrela’  (...)"

(http://www.sindsprevrj.org.br/jornal/secao.asp?area=21&entrada=4134)

Disco e capa em muito bom estado.
Edição Original de 1980.
Saindo por R$ 20,00


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